terça-feira, 28 de junho de 2005

Leituras a Metro


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Os dois mapas aqui apresentados foram publicados originalmente (a preto e branco) em junho de 2005, no n.º 13 da revista Periférica (defunta desde janeiro de 2006).

Este foi, creio, o meu primeiro trabalho de natureza gráfica, tendo contado com a ajuda inicial do Rui Ângelo Araújo (que, além do mais, foi o autor material da versão alternativa do logótipo do Metro de Lisboa).

A ideia para este mapa foi livremente inspirada por um outro, publicado pela revista The New Yorker. (Não se tratou de plágio, nem sequer de adaptação, pois esse outro mapa tinha um conceito bastante diferente — mas como a inspiração surgiu por essa via, aqui o reconheço.)
Com o evoluir da ideia, acabei por realizar duas versões do mapa, a segunda das quais está no fim deste post.

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Logotipo (alternativo) do Metro de Lisboa

Um percurso literário pelo Metro de Lisboa

Guia Prático do Utilizador

Em muitos Metros lê-se por todo o lado (no de Lisboa nem por isso). O de Madrid tem mesmo tradição de campanhas de promoção da leitura (a Administração do Metro de Lisboa desconhece o conceito). Resolvido a colmatar tal lacuna, sugiro aqui um roteiro literário/guia de leitura para toda a extensão da rede, incluindo obras em curso. As escolhas* foram ditadas pela existência de alguma relação — por vezes estranha — entre as linhas e estações (ou zonas envolventes) e os livros em causa. À parte, também a versão light (pluralismo oblige).


* Por vezes mais de uma por estação:
Alameda: O homem que quis ser rei (Rudyard Kipling)
Alfornelos: Toda a Terra (Ruy Belo)
Alto dos Moinhos: Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes)
Alvalade: Muros (Júlio Machado Vaz); Os sete loucos (Roberto Arlt); Insânia (Hélia Correia)
Amadora Este: A Leste do Paraíso (John Steinbeck)
Ameixoeira: Oranges Are Not the Only Fruit (Jeanette Winterson)
Anjos: O Anjo Ancorado (José Cardoso Pires)
Areeiro: A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho (Mário de Carvalho)
Arroios: As Inumeráveis Águas (Nuno Júdice)
Avenida: Avenida Névski (Nikolai Gógol)
Baixa-Chiado: A Cruz de Santo André (Camilo José Cela) & O Livro do Desassossego (Bernardo Soares)
Bela Vista: Uma mancha na paisagem (Tom Sharpe)
Cabo Ruivo: Passagem do Cabo (Maria Ondina Braga)
Cais do Sodré: Três homens num barco (Jerome K. Jerome)
Campo Grande: A Casa Verde (Mario Vargas Llosa)
Campo Pequeno: Rol de Cornudos (Camilo José Cela); Fiesta (Ernest Hemingway)
Carnide: Enciclopédia dos Mortos (Danilo Kiš)
Chelas: A Colmeia (Camilo José Cela)
Cidade Universitária: O Livro do Riso e do Esquecimento (Milan Kundera)
Colégio Militar/Luz: Pantaleão e as Visitadoras & Conversa na Catedral (Mario Vargas Llosa)
Entre Campos: A Feira dos Assombrados (José Eduardo Agualusa)
Intendente: Memória das minhas putas tristes (Gabriel García Márquez)
Jardim Zoológico: Bichos (Miguel Torga); O triunfo dos porcos (George Orwell); Más de cien bestias atrapadas en un punto (Salvador Gutiérrez Solís)
Laranjeiras: A Laranja Mecânica (Anthony Burgess)
Lumiar: Céu em Fogo (Mário de Sá-Carneiro)
Marquês do Pombal: Sebastião José (Agustina Bessa-Luís)
Martim Moniz: História do Cerco de Lisboa (José Saramago)
Odivelas: Contos do Extremo Norte (Jack London)
Olaias: A Guerra das Laranjas (António Ventura)
Olivais: África Minha (Karen Blixen)
Oriente: Contos Orientais (Marguerite Yourcenar)
Parque: Eu que Servi o Rei de Inglaterra (Bohumil Hrabal)
Picoas: Os Filhos da Droga (Christiane F.)
Pontinha: Pisar o Risco (Salman Rushdie); Lulu on the Bridge (Paul Auster)
Praça de Espanha: O Senhor Embaixador (Erico Veríssimo); The Catcher in the Rye (J. D. Salinger); Praças e Quintais (Rui Pires Cabral)
Quinta das Conchas: O Búzio de Cós e outros poemas (Sophia de Mello Breyner Andresen); O Estrangeiro (Albert Camus)
Rato: Of Mice and Men (John Steinbeck)
Restauradores: Os Dragões do Éden (Carl Sagan); Comboios Rigorosamente Vigiados (Bohumil Hrabal)
Roma: A Cidade Queimada (Mário Cesariny)
Rossio: O Visconde Cortado ao Meio (Italo Calvino)
Saldanha: O Sr. Ministro (Camilo Castelo Branco)
Santa Apolónia: Trainspotting (Irvine Welsh); O homem que via passar comboios (Georges Simenon)
São Sebastião: Eu hei-de amar uma pedra (António Lobo Antunes)
Senhor Roubado: Ruba’iyat (Omar Khayam)
Telheiras: A Cabana do Pai Tomás (Harriet Beecher-Stowe); Abrigos (António Pinto Ribeiro)
Terreiro do Paço: Manhã Submersa (Vergílio Ferreira)


linha Azul: Ave-do-Arremedo (Walter Tevis)
linha Amarela: A Orelha de Van Gogh (Moacyr Scliar)
linha Verde: História Trágico-Marítima (Bernardo Gomes de Brito)
linha Vermelha: Crime no Expresso do Oriente (Agatha Christie)


Um percurso literário pelo Metro de Lisboa (versão light)

Como seria se o Metro de Lisboa fosse um metropolitano ligeiro de superfície.*

* Superficial, portanto.

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